“NEGRAS VOZES: ARTE, PRESENÇA E MEMÓRIA”
Proponente: Profa. Dra. Joana Célia dos Passos
Resumo: O presente projeto tem como objetivo contribuir com a difusão da cultura afro-brasileira e africana no universo da UFSC e em escolas públicas, com o intuito de potencializar a implementação da Lei 10639/03 nos currículos. A referida Lei estabelece a obrigatoriedade da história e cultura negra nos currículos escolares, inclusive nas universidades. Além disso, o projeto se propõem a contribuir com o fortalecimento da universidade como espaço intelectual, científico, educativo e político para a modificação do padrão desigual e discriminatório das relações étnico-raciais que ainda reverberam em seu interior. A difusão da história e cultura negra será realizada por meio de mostras documentais e oficinas temáticas e sarau musical.
1. INTRODUÇÃO
O NEGRAS VOZES, como tem sido chamado nasceu em 2015 de uma necessidade sentida por estudantes e professora, de possibilitar a visibilidade da presença negra intelectual e suas produções acadêmicas no âmbito do Centro de Ciências da Educação.
A intenção foi problematizar o pouco tratamento dado aos conhecimentos da cultura afro-brasileira e à produção de intelectuais negros nos currículos dos cursos de graduação, em especial, da Pedagogia.
Nos ancoramos em NOGUERA (2014, p. 27) para quem “a colonização implicou na desconstrução da estrutura social, reduzindo os saberes dos povos colonizados à categoria de crenças ou pseudos saberes sempre lidos a partir da perspectiva eurocêntrica”, para problematizar: intelectuais negros e negras fazem parte do currículo da Pedagogia? Como estudantes negros e negras se vêm frente a um currículo majoritariamente eurocêntrico? O que os/as estudantes sabem sobre a história e cultura afro-brasileira e africana? O que desejam saber? O que necessitam saber? Essas problematizações se originaram nas discussões que temos desenvolvido nas disciplinas: Organização dos processos educativos, Diferença, Estima e educação, no NADE Práticas educativas e relações étnico-raciais; e no Projeto de Extensão ACOLHER: acolhimento e inserção de estudantes cotistas na UFSC, que coordenamos. Daí a importância da articulação entre ensino-pesquisa e extensão.
Desafiadas a responder as problematizações construímos parcerias com professores/as, estudantes e servidores técnicos/as, e, também, com os grupos: LITERALISE/CED: Grupo de Pesquisa em Literatura Infanto e Juvenil; NUPRA/CFH: Núcleo de Pesquisa em Práticas Sociais, Relações Estéticas e Processos de Criação; NEN: Núcleo de Estudos Negros, PET Pedagogia/UFSC e realizamos no período de 04 a 27 de novembro um conjunto de atividades, para marcar o mês da Consciência Negra na UFSC.
A programação foi a seguinte:
DATA ATIVIDADES LOCAL HORÁRIO
04/11 EXPOSIÇÃO: A temática africana na literatura infantil de Rogério Andrade Barbosa – o reconto Hall do Bloco A/ CED 9h às 16h
PALESTRA: A temática africana na literatura infantil, com o escritor Rogério Andrade Barbosa Auditório do CED 14h
05/11 EXPOSIÇÃO de livros infantis (informativos e literários) e a temática africana e afro-brasileira Hall do Bloco A/ CED 9h às 16h
09 a 27/11 EXPOSIÇÃO NEGRAS VOZES: Intelectuais Negras e Negros Hall do CED Integral
18/11 MESA REDONDA:
Consciência Negra: o eurocentrismo e a branquitude no currículo
Lia Vainer Schucman – USP
Jeruse Romão – FEDERER Auditório do CED 14h às 18h
19/11 SARAU NEGRAS VOZES: apresentações musicais Hall Centro de Eventos 17h e 30 min.
24/11 NEGRAS VOZES: CONVERSA DANÇADA: Corpo, Espaço e Memória na Poética do Silêncio de M. NourbeSe Philip – Profa. Ida Mara Freire – Alteritas/Ufsc Auditório do CED 14:30h às 16h
A receptividade das atividades pela comunidade universitária e externa, e, os debates que ocorreram nas diferentes atividades, nos permitem, reafirmar juntamente com NOGUERA (2014, p. 23) que “o conhecimento é um elemento-chave na disputa e na manutenção da hegemonia”. O estabelecimento da exclusividade ocidental como referência para o debate intelectual e acadêmico institui uma “desigualdade epistemológica”, pois, define status, forma opinião e exclui uma quantidade indefinida de conhecimentos. Sendo assim, a universidade precisa possibilitar perspectivas várias sobre as ciências, principalmente nas licenciaturas.
A seguir apresentamos algumas das atividades realizadas:
a) EXPOSIÇÃO NEGRAS VOZES: Intelectuais Negras e Negros: eles/as fazem parte do nosso currículo?
O objetivo foi chamar a atenção do Curso de Pedagogia para a necessidade de adequação do currículo às Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico raciais e o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana. Foram selecionadas/os dezoito intelectuais brasileiros/as e estrangeiros/as de diferentes campos de conhecimento para compor essa mostra: educação, antropologia, sociologia, literatura, política, filosofia, psicologia, história, entre outras. A atividade exigiu que as estudantes realizassem uma breve pesquisa exploratória para definir quem selecionar, critérios e porque selecionar esses e não outros intelectuais. Esse momento foi de intenso mergulho nas biografias e obras selecionadas. De um lado a fotografia e no verso um breve currículo e suas principais obras.
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Os/As visitantes foram convidados/as a registrar a presença e suas impressões, mas deixaram muito mais: a expectativa de que a exposição seja itinerante nos espaços da própria UFSC e nas escolas, que traga outras personalidades negras, etc., e, que assim, possibilite o acesso a conhecimentos ainda pouco valorizados pela academia. A reprodução das fotos e obras, bem como os demais materiais utilizados foram financiados pela Coordenadora do projeto.
b) MESA REDONDA: Consciência Negra: o eurocentrismo e a branquitude no currículo, com a participação de Lia Vainer Schucman – USP e Jeruse Romão – FEDERER.
As palestrantes convidadas discutiram os conceitos “eurocentrismo, branquitude e currículo” numa perspectiva histórica, chamando a atenção para a descolonização cultural que embora esteja em marcha, encontra fortemente a oposição do racismo.
Um público bastante significativo nessa atividade, explicita o desejo e necessidade dessas discussões pela comunidade universitária da UFSC. Mais de 200 pessoas compareceram e assinaram a lista de presença.
c) SARAU NEGRAS VOZES: apresentações musicais: reuniu estudantes e servidores/as técnicos/as e professores/as da UFSC no dia 21 de novembro, entre 17 e 19 hs no hall do Centro de Eventos.
d) NEGRAS VOZES: CONVERSA DANÇADA: Corpo, Espaço e Memória na Poética do Silêncio de M. NourbeSe Philip – Profa. Ida Mara Freire – Alteritas/UFSC.
Na leitura dos ensaios e poemas de Marlene Nourbese Philip (1997), escritora afro-caribenha, e com a inspiração da dança Profa Ida Mara nos convidou a dançar a memória de centenas de africanos mortos/assassinados para que o proprietário recebesse o seguro do navio e da carga humana que carregava. Para ela, é preciso “resistir às amarras culturais hegemônicas, mas também para transcendê-las, criando possibilidades de escrita que vinculem a dinâmica da fala com a dinâmica da ação, compor um texto que se movimenta, ora como dança através do espaço, ora como uma canção ritmada pelo tempo, pois criar e dançar uma coreografia é uma forma de fazer história”.
A diversidade das atividades realizadas, bem como, a avaliação positiva destas pela equipe organizadora, parceiras/os e público participante, aliadas à necessidade dos cursos de graduação da UFSC atenderem à obrigatoriedade da Lei 10639/3 que institui a história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos, é que nos levam a submeter a presente proposta.
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
Contribuir com a difusão da cultura afro-brasileira e africana no universo da UFSC e em escolas públicas, com o intuito de potencializar a implementação da Lei 10639/03 nos currículos. Além disso, o projeto se propõem a contribuir com o fortalecimento da universidade como espaço intelectual, científico, educativo e político para a modificação do padrão desigual e discriminatório das relações étnico-raciais que ainda reverberam em seu interior.
2.2. Específicos
– Organizar um acervo digital público sobre a história do movimento negro em Santa Catarina.
– Promover mostra documental itinerante, palestras (rodas de conversa) e sarau poético-musical, tendo como temática a história e cultura afro-brasileira e africana.
– Realizar formação de professores e estudantes sobre a história e cultura afro-brasileira e africana a partir do acervo construído.
– Contribuir com a formação artístico-cultural de estudantes, docentes e funcionários da UFSC e das escolas públicas envolvidas no projeto, em relação a história e cultura afro-brasileira e africana
– Participar de eventos com a finalidade de divulgar e socializar o trabalho realizado.
3. JUSTIFICATIVA
Em janeiro de 2016 a Lei Nº 10639 que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas de ensino fundamental e médio do país completou treze anos. Ao alterar os artigos 26-A e 79-B da LDB 9394/96, o Estado brasileiro admite a necessidade de tratar a diversidade étnico-racial para que as relações sociais sejam mais democráticas e plurais nas instituições educacionais e também na sociedade brasileira.
Após a aprovação da Lei 10.639/03 e dando prosseguimento às políticas de ações afirmativas na educação, o Conselho Nacional de Educação aprovou o Parecer Nº 03/2004 CNE/CP e a Resolução Nº 01/2004 CNE/CP, que regulamentam a Lei nº 10639/03, instituindo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana. Em 2008, com a promulgação da Lei nº 11645/08, foi incluída a obrigatoriedade do estudo da história e cultura indígena nos currículos escolares. Desse modo, as Leis nº 10639/03 e nº 11645/08 se complementam e alteram a LDB de 1996, colocando o direito à educação e o direito à diversidade no mesmo patamar, como uma política afirmativa de Estado.
As ações dos sistemas de ensino, unidades escolares e professores para a educação das relações étnico-raciais e o ensino da história afro-brasileira e africana seguirão, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais, os seguintes princípios: a) Consciência política e histórica da diversidade; b) Fortalecimento de identidades e direitos; c) Ações educativas de combate ao racismo e as discriminações. Estes princípios orientam toda a organização do trabalho pedagógico escolar e, por conseguinte devem também orientar os cursos de formação inicial e continuada de professores.
No Art. 2º da Resolução Nº 1/2004, CNE/CP, estão explicitados como objetivos em relação à diversidade étnico-racial nas instituições educacionais brasileiras: “a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, respeito aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação da democracia brasileira”. Diz ainda, a mesma Resolução: “O Ensino da História e Culturas Afro Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias, asiáticas” (BRASIL, 2004).
Para orientar a implementação da política educacional em tela, o Ministério de Educação, em sintonia com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), pesquisadores, movimentos sociais e organizações da sociedade civil promoveu, em 2008, seminários regionais com o objetivo de construir o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro Brasileira e Africana. Portanto, todas essas instituições têm compromisso público com a efetivação da política educacional em destaque. Além disso, as questões étnico-raciais são reiteradas no Documento Final da Conferência Nacional de Educação e também no Plano Nacional de Educação. Importante dizer sempre que os dispositivos jurídico-normativos em destaque são parte de uma luta intensa e sem trégua dos movimentos negros contra o racismo e pelo direito ao reconhecimento histórico e cultural.
Há explícita indicação da necessidade de articulação entre os sistemas de ensino, universidades, centros de pesquisa, Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, escolas, comunidade e movimentos sociais, visando a formação de professores para a diversidade étnico-racial (BRASIL, 2004, p. 23). Indicam também, a inclusão da discussão da questão racial como parte integrante da matriz curricular de todos os cursos de graduação, bem como critério avaliativo das condições de funcionamento dos cursos, e de processos de formação continuada de professores, inclusive de docentes do ensino superior (BRASIL, 2004).
Às universidades é atribuída a função de identificar fontes de conhecimentos de origem africana, a fim de, serem selecionados conteúdos e procedimentos de ensino e aprendizagens e a disponibilizados de materiais e acervos relacionados à temática étnico-racial. O Parecer CNE/CP 03/2004 que visa regulamentar as Diretrizes estabelece que as Instituições de Ensino Superior precisarão providenciar:
Inclusão, respeitada a autonomia dos estabelecimentos do Ensino Superior, nos conteúdos de disciplinas e em atividades curriculares dos cursos que ministra, de Educação das Relações Étnico-Raciais, de conhecimentos de matriz africana e/ou que dizem respeito à população negra. Por exemplo: em Medicina, entre outras questões, estudo da anemia falciforme, da problemática da pressão alta; em Matemática, contribuições de raiz africana, identificadas e descritas pela Etno-Matemática; em Filosofia, estudo da filosofia tradicional africana e de contribuições de filósofos africanos e afrodescendentes da atualidade (BRASIL, 2004).
As normativas acima expostas mobilizam para uma análise que permita olhar para a universidade a partir de uma outra perspectiva, qual seja, a dos processos de implantação das ações afirmativas e suas adequações ao ambiente institucional acadêmico, considerando o tripé ensino-pesquisa-extensão. São novos sujeitos que entram em cena ao longo desses últimos 8 anos e com eles, outras histórias, culturas, estéticas, identidades e corporeidades, interferindo na cultura acadêmica da UFSC.
Desse modo, é que propomos o presente projeto que pode possibilitar à comunidade universitária vivências artístico-culturais sobre a história e cultura afro-brasileira e africana, além, de contribuir com o fortalecimento da universidade como espaço intelectual, científico, educativo e político para a modificação do padrão desigual e discriminatório das relações étnico-raciais que ainda reverberam em seu interior.
4. METODOLOGIA
Quatro ações se articulam e se complementam para compor o presente projeto. São elas:
a) Negras Vozes: história, memória e patrimônio do Movimento Negro de Santa Catarina.
De acordo com o Censo 2010 Santa Catarina possui 12% de população negra, o que o torna o estado mais branco da nação brasileira. Sendo assim, nossa proposta consiste em construir um acervo digital com a memória da luta antirracista em SC para preservação da história do Movimento Negro de Santa Catarina. Grande parte dos documentos e registros dessa história se encontram dispersos pelas organizações negras e já sofrem ações do tempo por ausência de recursos físicos, humanos e financeiros, para manutenção e disponibilização para consulta pública. Essa situação motiva a proposição em tela. Inicialmente será realizado um levantamento, seleção, classificação e catalogação dos principais documentos que registram a atuação do movimento negro em SC. No segundo momento, os documentos serão digitalizados e, por fim, disponibilizados para consulta pública, tanto digitalmente como em exposições ou mostras documentais, como a que segue:
b) Negras Vozes: Mostra documental temática: que consiste em organizar uma instalação, exposição ou mostra documental temática originária do acervo digital construído sobre aspectos da história e cultura afro-brasileira e africana: manifestações culturais, religiosidades, política, intelectuais negros e negras, territórios negros, entre outros. A mostra será realizada na UFSC e em escolas públicas onde realizamos o Projeto Acolher.
c) Negras Vozes: Sarau musical e poético: com o objetivo de divulgar obras e composições de artistas afro-brasileiros/será realizado um chamamento público e convites direcionados à comunidade universitária para músicos, musicistas, cantores/as, poetas, poetisas, atrizes e atores interessados em integrar a agenda do Sarau, que acontecerá periodicamente.
d) Palestra/Roda de conversa: Movimento Negro em Santa Catarina: histórias, personagens e ativismo no século XXI. O objetivo é estreitar as relações entre movimento negro e comunidade acadêmica.
5. PÚBLICO ALVO E IMPACTO COMUNITÁRIO
O público que o projeto pretende atingir é estudantes, professores e técnicos que atuam na UFSC e escolas públicas. O impacto comunitário tomo como referência as atividades realizadas em 2015 que aqui foram brevemente descritas, onde foi possível perceber a disposição e valorização do público para propostas como essa. Os retornos dados por estudantes, professores/as e técnicos/as com as solicitações para que a amostra circule pelas escolas públicas e espaços da UFSC explicitam a necessidade de saberes que extrapolem a visão ainda estereotipada que persiste sobre a população negra.
6. EXEQUIBILIDADE
A viabilidade do projeto se assegura pela trajetória comprometida e exitosa dos grupos que participarão dele, elencados abaixo, e, com as ações já realizadas com sucesso em 2015, descritas na introdução deste.
– Grupo de Pesquisa ALTERITAS: diferença, arte e educação, criado em 1996 está vinculado ao Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (CED/UFSC) e ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFSC). O Alteritas busca contribuir para discussão sobre a relação Diferença, Arte e Formação de Professores com vistas em valorizar a singularidade e promover o diálogo na pluralidade.
– O Núcleo Vida e Cuidado – NUVIC, criado em 2002, é um espaço interinstitucional vinculado ao Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (CED/UFSC) e ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFSC). O grupo, de escolha interdisciplinar, reúne pesquisadores e estudantes cujo interesse em comum é realizar estudos, pesquisas e ações de formação em torno da questão das violências.
– O Núcleo de Estudos Negros – NEN, organização do movimento negro de Santa Catarina, criado em 1996, desenvolve estudos e formulação de políticas públicas sobre relações raciais na sociedade brasileira, nos campos: educação, trabalho, desenvolvimento socioeconômico, comunidades negras rurais, justiça, direitos humanos e patrimônio afro-brasileiro.
Além disso, ao longo do ano participaremos de outros editais que permitam recursos financeiros para ampliar e consolidar o acervo de documental, bem como, viabilizar as atividades aqui propostas.
7. ARTICULAÇÃO COM ENSINO E PESQUISA
Todas as ações aqui propostas estão implicadas no ensino e na pesquisa. Quer seja porque se originam do espaço da sala de aula, como explicitado na introdução desse projeto; ou porque, para o desenvolvimento delas serão utilizados procedimentos metodológicos: levantamento, seleção, classificação e catalogação de documentos; seleção de intelectuais negros negras e suas obras para organização de mostras e exposições, etc. Além disso, o projeto está em consonância com a área de ensino e pesquisa da proponente e equipe. A esse exemplo, destaca-se o trabalho de conclusão de curso em execução que se propõe a analisar os conhecimentos sobre relações étnico-raciais no curso de Pedagogia.
8. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Atividades Período
Oficina preparatória para bolsistas e voluntários do Projeto sobre o movimento negro em Santa Catarina Abril de 2016
Contato com organizações do movimento negro Abril de 2016
Abertura do Projeto com Sarau Poético e Musical e Mostra Intelectuais Negros e Negras Maio de 2016
Levantamento, seleção e catalogação de documentos nas organizações do movimento negro Abril a junho de 2016
Digitalização dos documentos Junho a setembro de 2016
Preparação dos documentos para a Mostra Setembro e outubro de 2016
Preparação de banners para apresentação na SEPEX Outubro de 2016
Apresentação dos primeiros documentos na SEPEX com Sarau Musical Poético 17 a 22 de outubro de 2016
Palestra/Roda de conversa: Movimento Negro em Santa Catarina: Histórias, personagens e ativismo no século XXI Novembro de 2016
Avaliação com a equipe que integrou o projeto e sistematização das atividades Dezembro de 2016 a janeiro de 2017
Redação de relatório com os resultados finais do projeto Fevereiro e Março 2017
9. FORMAS DE AVALIAÇÃO DO PROJETO PELA COORDENADORA
O projeto será avaliado processualmente pela equipe participante e realizadora considerando os objetivos propostos. Além disso, será aplicado um questionário online a estudantes, professores/as e técnicos/as administrativos/as que participarem das ações realizadas, para coletar suas percepções acerca do realizado.
10. FORMAS DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO GERADO
Os conhecimentos gerados pelas diferentes ações aqui propostas serão analisados à luz das teorizações dos estudos da área e farão parte de relatório e de trabalhos a serem apresentados em eventos como a SEPEX (2016), SEREM (2016), SEURS e submetidos para periódicos sobre extensão. Outras formas de difusão: redes sociais que possibilitam ampla divulgação, portal digital, instrumento de comunicação do Centro de Educação, etc. Além disso, temos inserção em vários espaços sociais como: escolas públicas, movimento negro, e órgãos de gestão pública, Fórum de Diversidade étnico-Racial de SC e ANPED, que podem fortalecer a difusão do trabalho realizado.
11. PARTICIPAÇÃO DE ESTUDANTES
O projeto está aberto à participação de estudantes de diferentes cursos, envolvendo voluntários e bolsistas. A participação destes é fundamental para o desenvolvimento das ações propostas, pois, os estudantes circulam no Campus em espaços nem sempre frequentados por professores, o que os coloca mais próximos da realidade que se pretende atingir com esse projeto. A seleção dos bolsistas seguirá as orientações previstas na Resolução sobre bolsas de extensão. Contudo, deseja-se que a/o estudante seja favorável às ações afirmativas e integre uma das categorias de cotistas da UFSC. Além disso, a experiência que temos nos possibilita afirmar que a interação das estudantes com escolas públicas e sociedade civil é de grande estímulo aos bolsistas porque proporciona que estabeleçam relação entre essas realidades, os seus cursos e suas atuações futuras como profissionais. Além disso, as atividades desenvolvidas lhes possibilitarão uma formação ampla sobre as desigualdades étnico-raciais, a história do movimento negro, a construção do conhecimento de modo coletivo, como organizar as atividades, como acolher a diferença, etc.
12. PLANO DE TRABALHO DOS(AS) BOLSISTAS
Bolsista 1 Bolsista 2 Período
Participação na oficina preparatória para bolsistas e voluntários do Projeto sobre o movimento negro em Santa Catarina Participação na oficina preparatória para bolsistas e voluntários do Projeto sobre o movimento negro em Santa Catarina Abril de 2016
Realizar contato com organizações do movimento negro
Registro fotográfico da Abertura do Projeto com Sarau Poético e Musical e Mostra Intelectuais Negros e Negras Preparar a abertura do Projeto com Sarau Poético e Musical e Mostra Intelectuais Negros e Negras Abril de 2016
Realizar levantamento, seleção e catalogação de documentos nas organizações do movimento negro Realizar levantamento, seleção e catalogação de documentos nas organizações do movimento negro Abril a junho de 2016
Digitalizar os documentos selecionados Preparação de banners sobre o projeto para apresentação na SEPEX Junho a setembro de 2016
Preparação dos documentos para a Mostra Organização do Sarau Musical Poético na SEPEX Setembro e outubro de 2016
Apresentação dos primeiros documentos na SEPEX Registro fotográfico Outubro de 2016
Registro fotográfico e fílmico da Palestra/Roda de conversa: Movimento Negro em Santa Catarina: Histórias, personagens e ativismo no século XXI Palestra/Roda de conversa: Movimento Negro em Santa Catarina: Histórias, personagens e ativismo no século XXI Novembro de 2016
Organização do acervo para divulgação digital Organização do acervo para divulgação digital Novembro e dezembro de 2016
Avaliação com a equipe que integrou o projeto e sistematização das atividades Enviar os questionários on line para avaliação e sistematizar os dados Dezembro de 2016
Redação de relatório com os resultados finais do projeto Redação de relatório com os resultados finais do projeto Janeiro e fevereiro de 2017
13. IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROJETO
Coordenadora: Prof. Dra. Joana Célia dos Passos – EED/PPGE/CED
Estudantes:
Ana Paula Ludwig Noronha – Matrícula: 13101499
Dandara Manoela Santos – Matrícula: 14101647
Marlene Gonçalves Lopes – Matrícula: 201407084
Nattana Marques Pires – Matrícula: 12100815
Pamela Cristina dos Santos – Matrícula: 12106383
Priscila Cristina Freitas – Matrícula: 201407089
Stela Marcia Moreira Rosa – Matrícula: 201407094
14. REFERÊNCIAS
NOGUERA, Renato. O Ensino de Filosofia e a Lei 1639. Editora Pallas, Rio de Janeiro, 2014.
BRASIL, Conselho Nacional de Educação. Resolução Nº 1, de 17 de junho de 2004.